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  A charge ao lado faz uma ironia ao projeto de colonização português para as terras brasileiras. Após o projeto inicial do rei D. João III   (capitanias hereditárias), não obter muito sucesso; pois apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco conseguiram se desenvolver, impulsionadas pela lavoura de cana-de-açúcar e com o uso dos negros da terra (índios) como mão de obra, o rei português lançou mão de outra estratégia para colonizar o Brasil.

   Assim, com o fracasso do sistema de capitanias, em 1548 a Coroa portuguesa criou o Governo Geral, um centro político para administrar e ampliar o controle sobre toda a América portuguesa. Em março de 1549, chegou no Brasil o primeiro Governador Geral, Tomé de Souza. Com ele vieram padres jesuítas, liderados pelo padre Manoel da Nóbrega, funcionários reais, soldados, artesãos, materiais de construção e as primeiras cabeças de gado bovino. À expedição instalou-se na capitania da Bahia de Todos os Santos. Ali foi fundada a cidade de Salvador, que se tornou a primeira capital da América portuguesa.  Então, com a vinda do Governador geral o que aconteceu com as capitanias hereditárias?

   Elas foram aos poucos sendo absorvidas pelo governo português e transformadas em Capitanias Reais sob o controle da metrópole portuguesa (em 1759 extinguiram-se as últimas capitanias hereditárias).

   O processo de colonização avançou com Tomé de Souza e os governadores seguintes. De maneira geral, os governadores-gerais tinham os mesmos deveres dos donatários e ainda cumpriam as funções militares, administrativas, judiciárias e eclesiásticas. Era ele quem nomeava os padres para as igrejas. Para exercer suas funções, ele contava com  auxiliares, como o ouvidor-mor (encarregado da justiça), o provedor-mor (encarregado de assuntos financeiros) e o capitão-mor (encarregado pela defesa).

    O governo de Tomé de Souza, foi sucedido pelo de Duarte da Costa (1553-1558). Acompanhado de vários colonos e de jesuítas, entre os quais estava o padre José de Anchieta, que fundaria o colégio de São Paulo e que mais tarde daria origem a cidade do mesmo nome. Mais preocupado com as capitanias do norte, Duarte da Costa deu pouca importância as capitanias do sul, fato este que foi aproveitado pelos franceses para invadir a Baia da Guanabara, onde fundaram uma colônia chamada França Antártica (1555). Os franceses fizeram alianças com os tupinambás (reunidos na Confederação dos Tamoios), que estavam em guerra contra os portugueses e assim, conseguiram ficar na região por 12 anos.

    Mem de Sá (1558-1572), o terceiro governador, também guerreou contra os índios que resistiam aos portugueses. E, por meio dessas guerras, conseguiu terra e escravos para os engenhos. Combateu os franceses na Baía da Guanabara. Durante esse combate, Estácio de Sá (sobrinho de Mem de Sá), mandou erguer um forte no local, dando origem a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565). Dois anos depois os franceses foram expulsos da região.

   Em 1621, o Brasil foi dividido em dois estados. Um ao norte chamado Estado do Maranhão e outro ao sul, chamado de Estado do Brasil e, ficou assim até 1775, quando foi novamente unificado pelo Marquês de Pombal.

  Importante também entender que o poder real também se interiorizou nas inúmeras vilas e cidades, que foram sendo fundadas na colônia, por meio das Câmaras Municipais. Em geral,   estas eram controladas pelos grandes proprietários da região, conhecidos como “homens bons”, que eram consideradas pessoas de “sangue puro” e de “boa linhagem”.

   Ou seja, era uma forma de discriminação social na medida que somente os portugueses sem parentes judeus, muçulmanos ou negros e ainda pertencentes a uma família com algum grau de nobreza ocupariam os cargos administrativos nas vilas e cidades.

   Entretanto, o processo de colonização, para os diferentes povos indígenas resultou, cada vez mais, em violência e extermínio de povos inteiros e destruição de culturas. Além das “guerras justas”, que oficializa a escravidão nativa, é sabido que durante a colonização, a Igreja Católica tentou de várias formas converter os indígenas ao cristianismo. Inicialmente os jesuítas fizeram seu trabalho de evangelização nas aldeias do litoral, depois avançaram em direção ao sertão. Para facilitar a catequização, eles desenvolveram a língua geral, uma mistura de português, espanhol e idiomas indígenas.

   Os jesuítas para catequizar o gentio utilizavam desde o uso de música e teatro (que misturava aspectos da cultura indígenas com a religião católica). Essas pregações exigiam esforços dos padres que precisavam se deslocar de aldeia em aldeia. Para resolver isto, o padre Manoel da Nóbrega criou espaços que pudessem reunir indígenas de várias aldeias. Nestes espaços – chamados de missões jesuíticas, aldeamentos ou reduções -, os índios recebiam os ensinamentos da fé cristã e se dedicariam a atividades produtivas como a agricultura e o artesanato.

   Os jesuítas, contrários à escravização dos indígenas alegavam que nas missões os nativos estariam livres da violência dos colonos. Se aparentemente a intenção dos jesuítas era criar locais para proteger os nativos, esses lugares representavam um desrespeito a cultura indígena ao serem submetidos a uma rígida disciplina de horários e a um trabalho sistemático repetitivo. Essas imposições iam contra o modo de vida dos gentios; pois eles estavam acostumados a caçar, a pescar e a trabalhar no momento certo.

   Além da escravidão, da catequização e da ação das missões jesuíticas, os gentios enfrentavam as diversas enfermidades transmitidas pelo homem branco, as quais não possuíam anticorpos, exterminando aldeias inteiras em poucas semanas, se transformando em um verdadeiro genocídio.

Fonte adaptada: APOLINÁRIO, Maria Raquel (org.) Projeto Araribá. História. 7º ano. 2ªed. São Paulo: 2007.

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