– Aqui é Esparta! Aqueles que já assistiram ao filme 300, distribuído pela Warner Bros. Pictures, com certeza irão se lembrar desta frase épica dita pelo rei espartano Leônidas (Gerard Butler), ao se dirigir aos mensageiros persas sobre a ideia de rendição da cidade ao exército de Xerxes. Os espartanos são originários dos dórios que se fixaram na região da Lacônia, na península do Peloponeso.
Após a invasão dos dórios, por volta do século XI a.C., as cidades gregas, organizadas em pequenos núcleos familiares chamados de oikos, desapareceram e teve origem outra forma de organização social, os genos, que eram comunidades formadas por famílias extensas, sob a autoridade hereditária de um membro mais velho, o patriarca. Nos genos, a propriedade da terra era comunal. Quase todos os seus membros estavam envolvidos nas atividades produtivas, que eram predominantemente agrícolas. Não produziam muitos excedentes e não utilizavam moedas; obtinham moedas e sal por meio de troca de produtos.
Ao final de três séculos, a estrutura do genos acabou entrando em colapso. Houve escassez de alimentos advinda, entre outras razões, do aumento da população e da pequena extensão de terras férteis para o cultivo. Essas dificuldades deram origem a uma série de conflitos e disputas pelos direitos de exploração das terras cultiváveis. Como consequência, a terra comunal foi, aos poucos, tornando-se propriedade privada. Isso gerou desigualdades sociais, pois as áreas maiores e mais férteis ficavam com os chamados eupátridas, “os bem-nascidos”, parentes mais próximos dos líderes dos genos. O grupo dos eupátridas formou então uma espécie de aristocracia (governo dos melhores) da terra.
A partir de então, muitas transformações começaram a ocorrer na sociedade grega. Para escapar da fome e da miséria, muito dos que não possuíam terras tiveram de passar a trabalhar nas propriedades alheias. Com isso, os proprietários não precisavam mais se dedicar à agricultura, pois havia quem fizesse isso por eles. Quanto mais terras uma família possuísse, mais pessoas dependiam dela para ter trabalho e conseguir o seu sustento. Ao mesmo tempo que o poder dessas famílias proprietárias cresciam, os genos desapareciam.
O aumento da população e a falta de trabalho e terra levaram muito gregos a migrarem atrás de melhores condições de vida, realizando a Segunda Diáspora Grega. Colonos gregos fundaram colônias no mar Negro, no Egito, na Líbia, no sul da península Itálica e até na península Ibérica. Essa expansão ajudou a implementar as atividades comerciais, dando origem a uma intensa rede de comércio.
É certo que, após o fim dos genos, os gregos passaram a se organizar em cidades-estados, chamadas de pólis. Na Grécia não ocorreu a organização de um governo único e centralizado, muito possivelmente por causa do relevo da região: as inúmeras ilhas e montanhas isolaram as cidades, que tiveram de organizar governos independentes, cada qual capaz de garantir o sustento e a defesa de sua população.
Cada pólis desenvolveu uma forma própria de organizar o seu governo, suas leis, o trabalho realizado por sua população e suas atividades cotidianas. A independência de cada pólis se tornou tão grande que sua população considerava estrangeiro os gregos que viviam em outra cidade-Estado grega.
A pólis era constituída por um núcleo principal, algumas vilas e áreas agrícolas. No núcleo principal ficavam a acrópole (centro religioso que também servia de fortaleza militar), a ágora (praça central) e o asti (espécie de mercado). Fora da cidade havia uma zona rural (Khora), com campos, pastos e bosque que servia para abastecer a cidade.
As principais pólis gregas foram Atenas, Esparta, Tebas e Corinto.
Fonte: BOULOS JR, Alfredo. História Sociedade & Cidadania. 6º ano. 4ª ed. São Paulo: FTD, 2018.
FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. Série Novo Ensino Médio. 1ª ed. São Paulo: Ática.
VAZ, Maria Luisa; PANAZZO, Silvia. Jornadas. hist. 6ºano. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.