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Vimos que durante o período pré-colonial, a ameaça de invasões estrangeiras preocupava a Coroa portuguesa. Espanhóis e franceses, principalmente, vinham em busca do pau-brasil. Aproximavam-se dos indígenas e faziam carregamentos regulares da madeira.

O governo português organizou expedições para fiscalizar o extenso litoral brasileiro. No entanto, as invasões continuaram. A solução encontrada para evitar essas invasões foi povoar o território. Além das invasões, influenciou na decisão do rei português, a esperança de encontrar metais preciosos no Brasil (a notícia de grandes quantidades deste metais nas terras espanhola já repercutia na Europa). Outro fator estava relacionado a diminuição do lucro na venda das mercadorias do Oriente; pois, elas já eram negociadas por vários comerciantes europeus, tornando-se mais comuns e baratas na Europa.

A partir de então, cresceu o interesse dos portugueses pelo Brasil. Para iniciar a colonização, o rei D. João III enviou para a América a expedição de Martim Afonso de Souza. A expedição chegou em 1531 e permaneceu no Brasil por três anos. Martim Afonso de Souza e seus homens combateram os franceses que exploravam o pau-brasil no litoral brasileiro.

Em 1532, Martim Afonso de Souza fundou a vila de São Vicente, a primeira vila portuguesa em terras americanas. Ali os portugueses introduziram o cultivo da cana-de-açúcar, aproveitando a experiência desenvolvida nas ilhas do Atlântico. O sucesso da iniciativa levou a Coroa a ampliar a ocupação de suas terras na América e a organização do governo. Assim, de fato, teve início a colonização do Brasil.

Agora, se pensarmos que o custo para tão grande trabalho era altíssimo, como Portugal ocupou e governou terras tão vastas? A Coroa portuguesa para evitar os pesados investimentos que isso envolveria, decidiu entregar essa tarefa a administradores particulares.

Em 1534, dividiu a colônia em capitanias hereditárias – 14 faixas de terra que variavam de tamanho e se estendiam da linha imaginária de Tordesilhas até o litoral. As capitanias foram doadas por meio da carta de doação a 12 capitães donatários, que eram nobres escolhidos pelo rei. Estes também recebiam o foral, instrumento legal que estabelecia os seus direitos e deveres (os quais eram transmitidos hereditariamente aos seus descendentes). Entre os direitos, podemos citar: atuar como juiz e administrador; criar vilas e distribuir sesmarias (porções de terras menores); fazer a “guerra justa”, escravizando indígenas para o trabalho na lavoura e receber 5% dos lucros do pau-brasil. Entre os deveres, eles tinham que entregar ao rei de Portugal 10% dos lucros sobre os produtos da terra e um quinto dos lucros sobre os metais e pedras preciosas; reconhecer que o monopólio do pau-brasil pertencia à Coroa portuguesa e proteger o território com força militar e expandir a fé cristã sobre os nativos.

Poucas capitanias conseguiram se desenvolver. A maioria fracassou por motivos diversos como a falta de recursos dos donatários, a grande extensão de terras a ser administradas, a falta de comunicação entre elas, a resistência dos indígenas à ocupação de suas terras e ataques de corsários (piratas que recebiam a carta de corso de países que os autorizavam a atacar embarcações ou localidades), ainda, o fato de que alguns donatários nem chegaram a vir para a América e outros que foram mortos pelos indígenas.

Assim, inicialmente apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. Em Pernambuco, além de fundar vilas – como a de Olinda, em 1537-, o donatário de Pernambuco incentivou a criação de gado e o plantio de algodão. Fez também investimentos na plantação de cana e na produção de açúcar. Em 1550, Pernambuco já contava com 5 engenhos de açúcar. Esse produto seria o grande responsável pela prosperidade da capitania.

A capitania de São Vicente foi fundada em 1546, a poucos quilômetros da antiga vila de São Vicente. Esse núcleo deu origem à atual cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Em 1548 havia seis engenhos de açúcar em São Vicente. Mas a maior fonte de renda dessa capitania era o tráfico de indígenas escravizados. Assim, nesse mesmo ano de 1548 viviam na capitania de São Vicente cerca de seiscentos colonos de origem europeia e em torno de 3 mil indígenas escravizados.

                         A Resistência indígena

Os indígenas não aceitaram passivamente a invasão de suas terras pelos portugueses. Após os primeiros contatos amigáveis, eles procuraram se defender das tentativas de escravização empreendidas pelos portugueses atacando núcleos colonizadores.

Em meados do século XVI, os Tupinambá que viviam no litoral do atual Sudeste brasileiro se uniram na Confederação dos Tamoios, aliada dos franceses – reunião de aldeias que se estendia de Cabo Frio, no atual estado do Rio de Janeiro, até Ubatuba, no litoral do atual estado de São Paulo. Junto franceses e Tupinambá entraram em guerra contra os portugueses. Os nativos acabaram derrotados, após os conflitos que se estenderam por cerca de 10 anos. No século XVII, quando da ocupação do interior da colônia, outros conflitos aconteceram como a Guerra do Recôncavo e a Guerra do Açu, no Nordeste brasileiro.

 

Fonte adaptada: APOLINÁRIO, Maria Raquel (org.) Projeto Araribá. História. 7º ano. 2ªed. São Paulo: 2007.

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