Atenas, foi fundada na Ática, península do mar Egeu, pelos jônios, que ali se estabeleceram de forma pacífica, ao lado de eólios e aqueus, antigos habitantes da região. No início, o poder político estava nas mãos da aristocracia ateniense: os eupátridas (“bem-nascidos”), donos das terras mais produtivas.
Na cidade, um soberano, chamado basileus, comandava a guerra, a justiça e a religião. Uma espécie de conselho, o Areópago, limitava seu poder. Com o tempo, os basileus perderam a supremacia e se transformaram em simples membros de um órgão denominado Arcontado.
A partir do século VIII a.C., essa organização política sofreu profundas mudanças. Após a expansão territorial, os portos naturais e a privilegiada posição geográfica de Atenas favoreceram o intercâmbio comercial com as novas colônias.
Como consequência imediata da diversificação das atividades econômicas, houve uma considerável mudança no quadro social. Assim, soldados, comerciantes e artesãos enriquecidos passaram a pressionar a aristocracia (privilegiados) por maior participação no poder. Ao mesmo tempo, a população mais pobre, entre ela os escravos, protestava cada vez mais contra as desigualdades sociais.
Diante da enorme pressão, os eupátridas viram-se obrigados a fazer concessões. Com o objetivo de conciliar os conflitos, passaram a escolher, entre os integrantes da aristocracia, os legisladores, homens especialmente indicados para elaborar leis. Dois desses se destacam: Drácon e Sólon.
Drácon, em 621 a.C. foi responsável pela introdução de leis escritas (antes eram baseadas no costume e na transmissão oral). A mudança enfraqueceu os eupátridas, mas não resolveu os problemas sociais, e os conflitos continuaram.
Já Sólon, em 594 a.C., deu início a reformas mais profundas. Acabou com a escravidão por dívidas entre os cidadãos atenienses; dividiu os cidadãos em quatro categorias, de acordo com a riqueza agrícola, e estabeleceu que só os mais ricos podiam ocupar cargos importantes no governo, não apenas os “bem nascidos”. Inaugurou uma aristocracia com base na riqueza, em oposição à de sangue. Criou a Bulé (Conselho formado por 400 membros, responsável pelas funções administrativas e pela preparação das leis – que eram submetidas a aprovação pela Eclésia ou Assembleia, que era formada por indivíduos livres do sexo masculino, que também deliberava sobre assuntos de interesse geral da população). Sua reforma representou um passo decisivo para o desenvolvimento da democracia, finalizada depois na legislação de Clístenes.
Os conflitos sociais entre aristocratas, comerciantes, artesãos e pequenos proprietários de terras, entretanto, não acabaram. Depois do governo de Sólon, a cidade foi palco de grandes agitações sociais. Em meio a essas agitações, surgiu um novo tipo de líder político, o demagogo, que mobilizava a massa popular em oposição as aristocratas. Ao chegarem ao poder, esses líderes governavam de forma ditatorial, adotando medidas de apelo popular. Foram chamados de tiranos pelos gregos. O mais conhecido deles foi Psístrato, que, com alguns intervalos, exerceu o poder entre 560 e 527 a.C.
Em 507 a.C., Clístenes assumiu o comando de Atenas e realizou um vasto programa de reformas, no qual estendeu os direitos de participação política a todos os homens livres nascidos em Atenas: os cidadãos, consolidando a democracia ateniense.
A participação política, contudo, era restrita a 10% dos habitantes da cidade. Ficavam excluídos da vida pública os estrangeiros residentes em Atenas (os metecos), escravos e mulheres, ou seja, a maior parte da população. Apesar desses limites, a democracia ateniense foi a forma de governo que, no mundo antigo, mais direitos políticos estendeu ao indivíduo.
Com as reformas de Clístenes, as funções administrativas ficaram a cargo da Bulé, cujo número de conselheiros aumentou para quinhentos. Seus integrantes eram sorteados entre os cidadãos. Clístenes fortaleceu ainda a Eclésia, que passou a se reunir uma vez por mês para discutir e votar leis, além de outros temas de interesse geral dos cidadãos. Os assuntos militares ficaram sob a responsabilidade dos estrategos.
Atribuiu-se a Clístenes ainda a instituição do ostracismo que consistia na suspensão dos direitos políticos e no exílio de dez anos dos cidadãos considerados perigosos para o Estado.
Diferente de Esparta, em Atenas não havia escolas públicas, embora a educação fosse obrigatória. Quando a criança chegava aos 7 anos, cabia ao pai enviar o filho a um mestre particular.
A vida escolar se compunha, em geral, de um primeiro momento chamado música, que compreendia o aprendizado da cultura literária e da música propriamente dita. Depois dos 18 anos, o que podiam continuar estudando frequentavam as lições de retórica e de filosofia.
As mulheres tinham menos liberdade em Atenas do que em Esparta. Casavam-se muito cedo, entre 15 e 18 anos conforme a escolha dos pais. Em caso de esterilidade ou de adultério, podiam ser devolvidas pelos maridos. Após o casamento, a mulher tinha de se manter submissa também ao marido.
Fonte: AZEVEDO, Gislane; SERIACOPI. Projeto Teláris. 6ºano. 2ªed. São Paulo: Ática, 2016.
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